19.7.06

ao moço das magias.

Se você pensa que eu esqueci, saiba que não, eu não esqueci em momento algum, o que faltou foi a oportunidade correta.
Lembro como se fosse ontem de quando você me passou o endereço e me disse para visitá-lo, mas que eu só deveria ir quando estivesse com a cabeça vazia e quando eu pudesse focar toda minha atenção naquilo. Você não disse com essas palavras, mas poderia ter dito. Eu fui até lá achando que aquele era o momento certo, e em alguns minutos descobri que não era. Minha atenção não se prendia, os versos ficavam soltos, as palavras não eram absorvidas e mesmo que eu quisesse, ah, eu não conseguia.
E assim foi indo, um dia depois do outro, eu dizia pra mim mesma que lá deveria ir e que deveria ler e que deveria me deixar levar, mas faltava o momento certo. Sempre faltava. Faltava a disposição e faltava o esforço e eu não teria a audácia de ir lá e te desobedecer. Não tive.
Uma vez você tentou me passar uma música, mas era tarde e eu tinha sono e nem prestei atenção em que música que era, ah, como eu queria ter recebido ela. Como queria. Vou te pedir pra me passá-la novamente assim que conseguir.
E então estava eu, a trocar idéias quando me passaram a música. Aquela música, que tinha a letra na página e que meus olhos passaram por cima. Quando tocaram as primeiras notas não precisei nem ao menos me concentrar, era como se a magia estivesse ali e eu, enfeitiçada pela música, apenas dançava os versos com a mente. E no mesmo instante me lembrei de você, que esse tempo todo me fazia esquecer da realidade e imaginar a vida.
Ah, você. O moço da magia, que junto com as notas mais belas abriu meus olhos para o irreal.

Grata, sempre.
Sua fã.

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