23.10.14

o que me faz mais falta não são nem os teus beijos. nem a maneira como tu tocavas a minha pele no meio da noite (ou da tarde) e fazia todo o meu corpo estremecer. arrepios. não é da gente gemendo por horas, ou da maneira como a tua língua encontrava os meus seios. eu estaria mentindo se eu dissesse que não sinto falta de nada disso. mas não são essas ausências que enchem meu espírito de dor e os meus olhos de lágrimas enquanto o nó no fim da garganta me impede de. viver.

o que me faz mais falta são as manhãs de domingo. é o cheiro de café fresco recém passado vindo da cozinha. é acordar na tua cama, no meio daqueles lençóis arejados, e te encontrar serena, de olhos cerrados, enquanto os primeiros raios de sol da manhã iluminam o teu rosto. o que me faz mais falta é o teu cheiro de praia de mar. é o abraço de madrugada, quando eu acordava de um sonho ruim e sabia que sempre, sempre, invariavelmente, eu poderia encostar a cabeça no teu colo e tu irias me envolver com os teus braços e eu ficaria segura. o que me dói de saudade é lembrar da gente deitadas no sofá numa tarde qualquer, o som do violão e da poesia e do carinho no ar. é de ti se esforçando pra segurar a minha mão quando a gente descia do trem. é de comer pizza e conversar sobre cinema e sobre filosofia e sobre tudoeouqualquercoisa. é da xícara de expresso e da espuma do capuccino. é da tua boca com gostinho de café. do teu abraço. dos teus braços. de cozinhar com os teus braços entrelaçados na minha cintura. ah, o teu abraço, como me faz falta o teu abraço. respirar o teu pescoço o teu cabelo. te respirar. tomar café olhando nos teus olhos. nas manhãs de domingo.  me faz. muita. falta.

Um comentário:

Fernanda disse...

Sabe quando você lê algo que se encaixa 100% na sua vida atual? Pois é...
E como faz falta.

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